Aracne: Renda de bilros

segunda-feira, 2 de março de 2020

Renda de bilros

A renda artesanal tem como definição fios trançados de forma delicado e transparente formando desenhos diversos. Dividimos a renda em renda de bobinas ou carreteis (bilros ou navetes) e de agulhas -1 agulha (crochê), 2 e até cinco agulhas (trico).

A renda é considerada "ponto no ar" o que a diferencia do bordado que é considerado "ponto com apoio", que geralmente é usado um tecido, mas podemos bordar em outros tipos de material como o couro por exemplo.

Com o advento da revolução industrial surgiu uma nova renda industrializada com um preço popular, mas sem a graça e a personalidade da renda artesanal.

Nessa postagem falarei da sequência da fabricação da renda artesanal desde a fabricação do material para a execução da renda até fabricação da própria renda.

Para as rendas de agulhas usamos materiais comprados em lojas especializadas, como por exemplo :

1- Renda renascença, renda tunisiana, renda tenerife (nhanduti) renda romena e frovilte, entre outras, usamos agulha de costura ou de bordado;

2 - Tricô - muitos desconhecem que no tricô fazemos rendas tanto para vestuário como para mesa cama e banho - as agulhas podem ser em pares, retas e circulares e jogo de cinco agulhas que podem ser de madeira e metal, mais usadas para fazer meias;

3 - Crochê - a renda de crochê dividida em: crochê file, crochê irlandês, tunisiano e de grampo usamos agulhas diferenciadas em grossuras e tamanhos, podendo ser também de madeira e metal.

Rendas de bobinas ou carretel- bilros e navetes.

1 - Frivolite - é uma renda muito delicada e pouquíssimo conhecida e usada; para fazer essa renda usamos uma bobina mais conhecida como navete, no entanto ela se destaca das demais pelo seguinte fato , ela pode ser feita com navetes ou uma agulha apropriada (longa e uniforme) e de agulha de croche própria para frivolite.

Navetes

Agulhas especiais para frivolite

Toalha de barbante em renda frivolite

Início da toalha

2- Macramé - essa técnica mais antiga tem sua origem no Egito, a principiousavam como carretel as falanges de animais; com o desenvolvimentos cultural criaram os carreteis de madeira

3- Renda de bilros - A renda de bilros é mais conhecida no Brasil como renda do Ceará, no entanto sua origem está dividida entre a Itália e a Bélgica.

O descanso ou almofada para renda por exemplo tem seu primeiro registro na Bélgica por volta de 1561, em Flanders, pelas mãos de Barbara Uttman, até então não há qualquer registro do uso desse instrumento para fazer renda, no entanto é na Itália (1497 em Ferrara) que se tem o primeiro registro do laço.

Hoje a renda em geral é considerada bem público e com o passar do tempo sua técnica não só foi aprimorada pelas rendeiras do mundo inteiro como popularizada já que nos tempos antigos só o Papado , reis e principados podiam usar este adereço . Neste período os fios usados eram nobres como o linho, a seda, a prata e o ouro, com sua popularização o algodão entrou na composição da renda.

Os materiais para a feitura da renda de bilros, como almofada, apoio para a almofada e bilros não são encontrados no mercado popular, portanto devem ser feitos pela própria rendeira.

1 - Almofada- tradicionalmente a almofada e preenchida com palhas, como folhas da bananeira seca ou de arroz, com pouca duração essas almofadas estão sendo substituídas por outros materiais como espuma e feltro e em alguns casos com armação de madeira. Quanto ao formato a almofada pode ser circular ou plana, e quanto ao tamanho, esse dependerá do tamanho do trabalho a ser feito. alguns exemplos abaixo:

Almofada brasileira

Almofadas tradicional espanholas.

Almofada tradicional portuguesa

almofadas russa

Como fazer uma almofada cilíndrica

Como suporte podemos usar um cilindro de madeira.

De isopor - aquele "macarrão" de piscina para uma almofada mais "fina" ou pequena.

Espuma para cobrir esse suporte - a gramatura da espuma dependerá do tamanho da almofada.

Tnt -falso tecido para firmar a espuma no suporte bem apertada e depois para ajudar a segurar mais o alfinete uma cobertura de feltro (opcional) e por fim o tecido de algodão ou 50% sistético.

Espuma coberta com tnt